Islamismo / Hinduismo
Finalmente tive a oportunidade de conhecer um bocadinho da India.
Cerca das 13 horas de sábado lá partimos nós, com uma temperatura que rondava os 30 ºC. Não estava muito preocupado com o calor. O carro tem AC e ia ser uma viagem tranquila. Mas tal não aconteceu. O AC decidiu fazer gazeta nesse dia e teimou em não funcionar. Ainda fizemos alguns km com os vidros fechados na esperança que o AC nos desse um pequeno ar da sua graça, mas não. Disso só resultou alguns minutos de sauna. Solução: abrir todos os vidros do carro e usar o chamado AF (ar forçado).
Ainda não vos falei do meu companheiro de viagem. Chama-se Yusuf e é o meu motorista. Tem 22 anos, está noivo (coitado!) e é muçulmano.
O primeiro ponto de paragem foi uma mesquita em memória de um muçulmano de seu nome Hazrat Quamer Ali Durvesh. É nesta mesquita que existem as tais pedras faladas no último post. A mesquita situa-se numa aldeiazinha muito pitoresca (em que é preciso pagar para entrar - claro!). Aquilo é a Fátima cá do sítio. Digo isto porque, tal como em Fáima, existem os negócios paralelos que se aproveitam da fama para ganhar uma corôas (estacionamento, comida, flores,...). Segundo a tradição, sempre que vamos aquela mesquita temos que levar uma oferenda. A oferenda consiste em flores cuidadosamente entrançadas, incenso e uns doces. Paramos numa lojinha, conhecida do Yusuf, para comprar as tais oferendas. Foi aí que também tivemos que tirar os sapatinhos. Sim, é verdade, só se entra na mesquita com pezinhos desnudos. Lembrando-me do velho ditado "Em Roma sê Romano", lá tirei eu os sapatos.
Antes de entrar na mesquita temos que lavar as mãos e a cara. Existem umas torneirinhas onde podemos fazer isso. A mesquita é gira, pelo menos diferente do que estamos habituados a ver. No centro existe uma cúpula com um monte de flores, que são as ofertas. É nesta cúpula que se fazem as rezas e se fazem as oferendas. Entrei na cúpula, ajudei a pôr as flores e enquanto o Yusuf fazia as suas rezas aproveitei para tirar umas fotos.
Foi depois de sair da mesquita que vi a tal situação das pedras. Esqueçam a palavra pedras (porque era só uma) e esqueçam a palavra enormes (porque é bocadinho maior que uma bola de futebol). De qualquer maneira lá fizeram eles o seu "número". Reuniram-se à volta da pedra, e num só fôlego disseram o nome do individuo, levantando ao mesmo tempo a pedra. Acho que o mais difícil nisto tudo é dizer o nome do fulano de um só fôlego. "Hazrat Quamer Ali Durvesh" - não é fácil!
A pedra não precisa necessariamente de ser levantada por um grupo de pessoas. Podem ser iniciativas individuais. A "regra" é pegar na pedra, passá-la por trás da cabeça e deixá-la cair. É um bom exercício para quem quer ganhar alguns músculos.
Depois disto tudo, fomos dar uma voltinha pela aldeia. Pequena, pacata, interessante, tudo ao estilo indiano obviamente.
O ponto de paragem seguinte foi um templo Hindu. Infelizmente não é permitido tirar fotos no templo. Consegui tirar apenas uma foto no exterior, de longe, e por isso não está grande coisa. É um templo magnífico. Claro que para lá entrar só descalço e portanto lá tirei eu as minhas "chancas".
O interior é cheio de côr. Existe um templo principal no centro e a toda a volta existem 4 pequenos templos. Em cada um dos templos existe uma estátua de um Deus Hindu. No templo principal recebemos um liquido (tipo chá) que temos que beber e espalhar pelo corpo e é-nos posto na cabeça uma espécie de sino (penso que é tipo uma benção). Nos templos mais pequenos apenas nos é posto o tal sininho. Saí de lá muito abençoadinho!
À saída recebemos uns docinhos numa tijelinha feita com folhas.
Tudo isto foi regado com uma alegre música Indiana.
A experiência foi fantástica, tanto na mesquita como no templo. É giro assistir a "missas" de outras religiões.
O próximo ponto de paragem era o "Parque das cobras". Infelizmente quando lá chegamos estava fechado. Vai ter que ficar para outra altura.
Decidimos ir até à "baixa" da cidade, à Rua MG (Mahatma Gandhi). É uma espécie de Rua de Santa Catarina cá do sítio. O trânsito é fechado, e as pessoas andam na rua a passear ou a fazer compras. Uma multidão inunda aquela rua todos os sábados. Há animação com "gigantones", dança, música e claro os tradicionais comes e bebes. Um verdadeiro cocktail de sons, cores, cheiros e sabores!
Foi um sábado muito bem passado, um dos melhores que tive desde que cá estou.
Fiquem atentos, pois tenho mais novidades na manga!
5 Comments:
I enjoyed your pictures though I couldn't understand the write-up. Please see my blogs and website www.rmdhar.com when you have time. Regards,
rmdhar
Olá Filipe: a isto é que se chama uma viagem útil - trabalhar e cultivar-se. Estás um verdadeiro poliglota do conhecimento cultural. É uma cultura que me seduz pelo lado místico e que as civilizações ocidentais não têm.Deixei um comentário no teu blog no sábado mas, por razões que desconheço, não está lá mas eu resumo: quando estiveres cá gostava de falar contigo. Até lá, continuação de boa estadia e que atinjas todos os teus objectivos.
HS.
Peço desde já desculpa pelos comentários não terem aparecido quando deviam. O problema já está solucionado.
Quanto aos filmes de Bollywood, isso será assunto para um outro post.
Mais uma vez obrigado pelos comentários!
Fotos de muito bom nível. O nível cultural das mesmas é de facto imprescindível. É isso amigalhaço, tás lá.
Até breve
Meu cavaleiro Andante (e distante):
Pareces uma personagem romanciada (onde eu também queria um papel) trilhando aventura num mundo desconhecido onde as cores, os cheiros e os sabores são assaz exóticos para a imaginação! Um 'Alice' no país das maravilhas (ou não! - afinal, tudo depende do ponto de vista)!
Sabes...o coração é estranho, enquanto de um lado o sangue bombeia até ele, do outro liberta-o para uma longa viajem fazer!
Assim bate o meu depressa... querendo-te perto de mim, ao mesmo tempo desejo que percorras essa longa viajem fora e dentro de ti!
O Amor verdadeiro não cria prisões...dá Asas!
Voa meu querido Amor, voa... até onde os sonhos te levarem... pois apesar de planares bem alto, no meu coração continuas pousado!
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