O menos bom...
Hoje decidi falar-vos do que menos gosto aqui na India. Não são coisas insuportáveis, mas são coisas que ao fim de algum tempo começam a deixar alguma mossa no nosso bem estar e na forma como estamos habituados a viver. São coisas muito simples e que passo a enumerar:
Ter motorista
Eu sei que vocês devem estar a pensar: “Ter motorista? Mas isso é mau?” – É! O facto de não ter um carro que eu possa usar quando me apetecer não é propriamente confortável. Temos que estar sempre a combinar horas e não nos podemos esquecer que o motorista também come e dorme e por isso não me sinto bem a pedir-lhe, por exemplo para ir dar uma volta às 11 da noite (não é que se faça muito às 11 da noite). No entanto, a altura que mais custa é de manhã. O facto de saber que tenho alguém à minha espera a certa hora cria-me uma certa pressão psicológica e tira-me aqueles 15 (ou 20) minutinhos em que ainda estamos meio a dormir e meio acordados, os chamados minutinhos da preguiça. Tenho que me levantar e pronto!
Concluindo, o facto de ter motorista (que é imprescindível) tira-me alguma flexibilidade.
Tomar pequeno almoço
Nunca fui uma pessoa de tomar um grande pequeno almoço logo depois de acordar. Simplesmente não tenho fome. Talvez um iogurte liquido ou uma peça de fruta, qualquer coisa leve. A verdadeira substância vinha a meio da manhã. Uma meia de leite, uma sande, um bolito... Mas aqui não. Na empresa não há cafetaria e o almoço é à 1 e meia da tarde. Ora isto leva a que eu tenha que comer como um alarve ao pequeno almoço o que me deixa literalmente “de barriga cheia”. É o que dá ser uma pessoa de muito alimento.
Lavar os dentes
Uma coisa tão simples como lavar os dentes, aqui torna-se incomodativo. Tudo por uma simples razão: água. Como devem saber, a água (canalizada) por estas bandas não é propriamente de grande qualidade (mesmo para lavar os dentes). Se por acaso a ingerirmos, corremos o risco de ficar com os nossos intestinos “desgovernados”. A solução é usar água engarrafada para tudo, até para lavar os dentes. O simples hábito de abrir a torneira, tem que ser eliminado. Copinho, garrafinha de água, escova e pasta de dentes. Nada prático.
Comida
Já me devem ter ouvido dizer que a comida aqui é bastante boa. É verdade. Muita variedade, muitos sabores muitos pratos para experimentar. Então qual é o problema? Experimentem ir almoçar e jantar, todos os dias, aos mesmos restaurantes. Já estão a ver o panorama não é? Neste momento, até de um peixinho cozido com batatas eu tenho saudades (e olhem que eu não gosto nada de peixe cozido).
Trânsito (Bip Bip)
A primeira reacção quando somos confrontados com o trâsito de Pune é “Olha que giro, eles apitam por tudo e por nada e passam por buracos de agulha com o carro. É mesmo uma coisa do outro mundo!”. Ao fim de algumas semanas começa-se a sentir o verdadeiro enjoo das buzinadelas e da confusão. Adomece-se a ouvir Bip Bip, acorda-se a ouvir Bip Bip e passa-se o dia, claro, com Bip Bip. Os festejos na Avenida dos Aliados de cada vez que o FCP é campeão, são meras pautas musicais de uma relaxante música clássica, quando comparadas com o trânsito de Pune.
Lentidão
Não se pode dizer que os indianos sofrem de stress (ou se sofrem é um stress muito diferente). Tudo aqui é mais demorado. Uma coisa que em Portugal demora um dia a fazer aqui demora uma semana ou mais. Acho que esta lentidão deve-se ao facto de como a sociedade está organizada. Existe uma hierarquia muito bem definida e que é sempre respeitada. Vou-vos dar um exemplo, caricaturado, mas que ilustra bem o que se passa. Imaginem que numa dada altura preciso de uma chave de fendas, uma ferramenta simples e que não deverá originar qualquer problema. Sendo assim, peço ao chefe a chave de fendas. O chefe fala com o sub-chefe e diz que eu preciso de uma chave de fendas. O sub-chefe fala com o encarregado e diz que eu preciso de uma chave de fendas. O encarregado fala com o operário e diz que eu preciso de uma chave de fendas. O operário fala com o moço e lá vai o moço dar uma volta à fábrica ver se encontra uma chave de fendas. Passados 15 minutos tenho comigo a dita chave de fendas.
Desta situação já tirei uma lição: quando quero alguma coisa falo directamente com o moço. O único inconveniente é o moço não falar inglês o que me leva a fazer figuras um bocadinho apalhaçadas (para não dizer parvas) quando lhe tento explicar por gestos que quero uma simples chave de fendas.
Ter motorista
Eu sei que vocês devem estar a pensar: “Ter motorista? Mas isso é mau?” – É! O facto de não ter um carro que eu possa usar quando me apetecer não é propriamente confortável. Temos que estar sempre a combinar horas e não nos podemos esquecer que o motorista também come e dorme e por isso não me sinto bem a pedir-lhe, por exemplo para ir dar uma volta às 11 da noite (não é que se faça muito às 11 da noite). No entanto, a altura que mais custa é de manhã. O facto de saber que tenho alguém à minha espera a certa hora cria-me uma certa pressão psicológica e tira-me aqueles 15 (ou 20) minutinhos em que ainda estamos meio a dormir e meio acordados, os chamados minutinhos da preguiça. Tenho que me levantar e pronto!
Concluindo, o facto de ter motorista (que é imprescindível) tira-me alguma flexibilidade.
Tomar pequeno almoço
Nunca fui uma pessoa de tomar um grande pequeno almoço logo depois de acordar. Simplesmente não tenho fome. Talvez um iogurte liquido ou uma peça de fruta, qualquer coisa leve. A verdadeira substância vinha a meio da manhã. Uma meia de leite, uma sande, um bolito... Mas aqui não. Na empresa não há cafetaria e o almoço é à 1 e meia da tarde. Ora isto leva a que eu tenha que comer como um alarve ao pequeno almoço o que me deixa literalmente “de barriga cheia”. É o que dá ser uma pessoa de muito alimento.
Lavar os dentes
Uma coisa tão simples como lavar os dentes, aqui torna-se incomodativo. Tudo por uma simples razão: água. Como devem saber, a água (canalizada) por estas bandas não é propriamente de grande qualidade (mesmo para lavar os dentes). Se por acaso a ingerirmos, corremos o risco de ficar com os nossos intestinos “desgovernados”. A solução é usar água engarrafada para tudo, até para lavar os dentes. O simples hábito de abrir a torneira, tem que ser eliminado. Copinho, garrafinha de água, escova e pasta de dentes. Nada prático.
Comida
Já me devem ter ouvido dizer que a comida aqui é bastante boa. É verdade. Muita variedade, muitos sabores muitos pratos para experimentar. Então qual é o problema? Experimentem ir almoçar e jantar, todos os dias, aos mesmos restaurantes. Já estão a ver o panorama não é? Neste momento, até de um peixinho cozido com batatas eu tenho saudades (e olhem que eu não gosto nada de peixe cozido).
Trânsito (Bip Bip)
A primeira reacção quando somos confrontados com o trâsito de Pune é “Olha que giro, eles apitam por tudo e por nada e passam por buracos de agulha com o carro. É mesmo uma coisa do outro mundo!”. Ao fim de algumas semanas começa-se a sentir o verdadeiro enjoo das buzinadelas e da confusão. Adomece-se a ouvir Bip Bip, acorda-se a ouvir Bip Bip e passa-se o dia, claro, com Bip Bip. Os festejos na Avenida dos Aliados de cada vez que o FCP é campeão, são meras pautas musicais de uma relaxante música clássica, quando comparadas com o trânsito de Pune.
Lentidão
Não se pode dizer que os indianos sofrem de stress (ou se sofrem é um stress muito diferente). Tudo aqui é mais demorado. Uma coisa que em Portugal demora um dia a fazer aqui demora uma semana ou mais. Acho que esta lentidão deve-se ao facto de como a sociedade está organizada. Existe uma hierarquia muito bem definida e que é sempre respeitada. Vou-vos dar um exemplo, caricaturado, mas que ilustra bem o que se passa. Imaginem que numa dada altura preciso de uma chave de fendas, uma ferramenta simples e que não deverá originar qualquer problema. Sendo assim, peço ao chefe a chave de fendas. O chefe fala com o sub-chefe e diz que eu preciso de uma chave de fendas. O sub-chefe fala com o encarregado e diz que eu preciso de uma chave de fendas. O encarregado fala com o operário e diz que eu preciso de uma chave de fendas. O operário fala com o moço e lá vai o moço dar uma volta à fábrica ver se encontra uma chave de fendas. Passados 15 minutos tenho comigo a dita chave de fendas.
Desta situação já tirei uma lição: quando quero alguma coisa falo directamente com o moço. O único inconveniente é o moço não falar inglês o que me leva a fazer figuras um bocadinho apalhaçadas (para não dizer parvas) quando lhe tento explicar por gestos que quero uma simples chave de fendas.
E pronto, por hoje é tudo.
Fiquem atentos pois tenho mais novidades na manga.
4 Comments:
Certamente que não há bela sem senão :))
Uma ideia para quando tentares comunicar com os nativos.. bloco e lapiz. Usa o principio do Pictionary (nem sei se é assim que se escreve..) Queres uma chave de fenda.. desenhas uma ;)
Ainda bem que gostas da India. Aproveito para te informar que vais poder tirar aquela "semaninha" em Portugal que tanto fala...... em finais de Abril. Isto se trabalhares bem até lá!
Eu nao te disse?!"Filipe nao te eskeças de lebar uma peçazinha de roupa quente(nunca se sabe), a makina fotografica(pa depois eu ber mtas fotos giras) e claro:a CHABE DE FENDAS!" :) nao kizest saber agora TUNGAS,bem feita! :P
Aí não há chinocas? Se fosse cá entravas numa loja, das muitas que existem em POrtugal, e escolhias a bem dita chave de fendas, mais o kit completo de pontas.Ah pois é.... e mais, com um bocadito de jeito tinhas direito a uma 2ªchave de fendas (tipo promoção) que lhe acoplavas uns "phones" e ouvias o relato do tirsense... Enfim, só digo parvoíces, já sabes como é ;-)
Abração ó amigalhão
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