sexta-feira, março 10, 2006

Habemus Initium

No passado sábado bebi mais um pouco da cultura indiana. Desta vez não fui a nenhuma mesquita, mosteiro ou parque. Tudo se passou na empresa, quando eu menos esperava e mais uma vez tudo seguiu a tradição hindu.
Tal como vocês sabem, estão a ser instaladas na fábrica onde estou a trabalhar novas máquinas. Acontece que, na India, sempre que são instaladas novas máquinas elas têm que ser “benzidas” antes de iniciarem qualquer produção. Isto, segundo eles, faz com que as máquinas funcionem sem problemas durante toda a sua vida.
O acto de benzer as máquinas é como uma espécie de cerimónia que decorre com todas as pessoas envolvidas no projecto, e que obedece a um determinado protocolo. A primeira regra desse protocolo é que quem participa activamente na cerimónia, ou seja, não é um mero espectador, tem que estar com os pés decalços (podem imaginar o aroma que se fazia sentir por aquelas bandas).

A “cerimónia protocular” foi constituida por vários passos.

O primeiro passo foi distribuir flores por todas as máquinas. Em cada máquina foi posta uma corôa composta por flores brancas, amarelas e roxas, bem como algumas flores soltas.

O segundo passo foi fazer fazer a famosa pinta Indiana na testa de cada uma das pessoas ali presentes. Claro que eu, como envolvido no projecto, também tive direito à dita pinta (mais uma entre muitas).

Ao mesmo tempo que iam sendo pintadas as testas, em cada uma das máquinas era desenhada uma cruz suástica.

Neste momento vocês devem estar a pensar que os indianos são adeptos do nazismo, mas o que acontece é que a cruz suástica é usada pelos indianos como um símbolo de boa sorte. Esta cruz já era usada por eles muito antes de Hitler a ter “usurpado” para as suas campanhas nazis. Diz-se que as pegadas de Buda eram cruzes suásticas.

O terceiro passo foi acender pauzinhos de incenso em cada uma das máquinas (acho que para aliviar um bocadinho o odor que emanava dos calcantes).


O quarto passo foi partir um côco no chão e com a água do côco benzer a máquina (isto para cada uma das máquinas). Tive a oportunidade de partir um dos côcos e benzer uma das máquinas (até me saí bem pois consegui partir o côco à primeira, coisa que eles nem sempre conseguiam – sangue latino). Cada vez que era partido um côco, havia uma salva de palmas.

Finalmente, depois de toda esta “animação”, foram distribuídos pequenos doces por todas as pessoas (claro que esta foi uma das melhores partes).

E assim, assisti ao primeiro baptizado indiano de máquinas de produção.

5 Comments:

Blogger Macieza sempre alerta! said...

Partir côcos, bençãos, pintas vermelas na testa,flores...Ó coleguinha mais um cadito e convertes-te à Catedral do glorioso SLB. eheh, tás no bom caminho ;)
abração

2:15 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Bem...depois de levar uma data de "CHUNGA" daquele que se diz meu AMIGO (imagina se não fosse!!!cruzes credo!!!!), aqui tou eu a ver se me sai alguma coisita ...EU BEM TE DISSE QUE IAS LEVAR COM UMA PINTA NA TESTA!TOMA!FICAS LINDO!!!!

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